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10 argumentos para deletar agora suas redes sociais!

As redes sociais como Youtube, Twitter, Instagram, WhatsApp e Facebook fazem parte da nossa vida há muitos anos. É difícil você passar mais do que 10 minutos sem usar algumas delas. Elas estão presentes também no mundo corporativo. Você trabalha com elas e, talvez, para elas.

E as redes sociais são grátis. Será que são mesmo? Em troca de seu uso, as redes sociais querem os nossos dados. E dados são valiosíssimos. Com eles, Mark Zuckerberg, CEO e fundador do Facebook, se tornou uma das pessoas mais ricas do planeta e, talvez, de toda a galáxia.

Mas como? A professora e pesquisadora Shoshana Zuboff explica: “todos os aplicativos digitais que podem ser usados para vigilância e controle serão usados para vigilância e controle”. Zuboff chama esse fenômeno de capitalismo de vigilância.

É dessa maneira que Zuckerberg e seus pares de várias plataformas, inclusive com outras finalidades como Uber, Amazon, eBay, Spotify e Google, juntaram seus bilhões de dólares.

A publicidade nas redes sociais

Com os nossos dados, de boa parte das pessoas de todo o mundo, vende-se publicidade. E mais! A publicidade é bem direcionada, uma vez que as plataformas, as redes socais, sabem do que gostamos.

É possível, então, chegar ao consumidor no momento certo, mais apropriado. E essa personalização permite uma venda mais eficaz e certeira.    

Milhões de pessoas muitas vezes nem se dão conta, mas elas estão sendo observadas pelas redes socais a todo instante.

E não há muito jeito de cair fora dessa vigilância. Quando você decide criar um perfil, é preciso aceitar os “Termos de Uso e Privacidade”. Só é possível usar a rede social com o “aceite”. Com isso, mesmo que você não goste, seus dados estarão lá, sendo capturados a cada segundo toda vez que você posta uma foto, faz um comentário ou curti uma publicação.

É por isso que redes como o Facebook querem que fiquemos conectados o máximo de tempo possível. Os nossos dados retidos pelo Facebook geram anúncios quase que perfeitos, dedicados quase que exclusivamente para cada um de nós. Zuckerberg e os acionistas da maior rede social do mundo agradecem.

A revolta contra o Facebook

Mas recentemente um movimento ganhou força promovendo uma verdadeira revolta contra o Facebook. A maior rede social do planeta, com 2,4 bilhões de usuários, está novamente no centro dos holofotes.

Gigantes poderosas como Adidas, Starbucks, Ford e Coca Cola não estão anunciando no Facebook neste mês de julho em retaliação ao fato de a rede social não inibir manifestações de ódio em suas páginas. A campanha é chamada de Stop Hate For Profit, que traduzindo é algo como “pare de promover o ódio em nome do lucro”.

A iniciativa surgiu nos Estados Unidos liderada por grupos de diretos civis e como 98% da receita do Facebook vem de anúncios, o boicote pode ser um duro golpe para a rede social. Só no primeiro trimestre de 2020, o Facebook recebeu US$ 17,4 bilhões em publicidade, algo em torno de R$ 93 bilhões.  

No ano passado, o lucro da plataforma com propaganda foi de US$ 70 bilhões, cerca de R$ 375 bilhões. Acostumado a colecionar polêmicas, Mark Zuckerberg se vê muito pressionado com o boicote de marcas a sua plataforma.  Centenas de empresas já aderiram à campanha e o número não para de crescer.

#BlackLivesMatter

Mas o Facebook realmente contribui para a disseminação do ódio? Um exemplo recente e triste escancara como a rede social de Zuckerberg e o próprio são complacentes com aquele tipo de atitude.

As declarações de Mark Zuckerberg em meio ao movimento antirracista #BlackLivesMatter chamarama atenção. O CEO do Facebook disse que as plataformas, ou redes socais como preferir, não podem ser “árbitros da verdade”.

Zuckerberg disso aquilo ao comentar sobre os tuites de Donald Trump. As postagens do presidente dos EUA sobre os protestos antirracistas foram consideradas em boa parte incendiárias e fake news.

Zuckerberg deu um sinal claro de que não iria intervir nas postagens de Trump no Facebook sobre os protestos antirracistas. Protestos que começaram com o assassinato de George Floyd, um homem negro, por Derek Chauvin, um policial branco, em Mineápolis, em maio passado.

O caso chocou o mundo originando manifestações em vários países. Chauvin ficou com o joelho no pescoço de Floyd por cerca de nove minutos, mesmo com a suplica de “não consigo respirar”.

Até funcionários do próprio Facebook se manifestaram publicamente contra o seu chefe, sendo que um deles foi demitido. Esse episódio envolvendo o Facebook, Zuckerberg e Trump mostra a pouca preocupação social da maior rede social do mundo.

Outra grande polêmica: Cambridge Analytica

Não é a primeira vez que o Facebook se envolve numa grande polêmica. O escândalo da Cambridge Analytica talvez seja o maior de todos os tempos até agora envolvendo uma rede social.

A empresa usou informações de 87 milhões de pessoas, sem o consentimento delas, para fazer propaganda política durante as eleições de 2016 para presidente, a qual colocou Donald Trump como mandatário máximo dos EUA.

A Cambridge Analytica aplicou um teste psicológico para usuários do Facebook, colhendo dados importantes deles e de seus amigos na rede social.

Na época, os jornais The New York Times e The Guardian fizeram a denúncia e levantaram suspeitas sobre o compromisso do Facebook de proteger as informações de seus usuários

Em 2018, Mark Zuckerberg tentou explicar o fato no Congresso dos EUA, mas não convenceu senadores e deputados do seu empenho em não deixar que algo parecido volte a ocorrer.

10 argumentos para você deletar agora suas redes sociais

Neste contexto de vigilância e que apenas alguns poucos realmente ganham com as redes sociais, há quem já pensou e até dê motivos para você deletar o seu perfil.

Um deles é Jaron Lanier, referência e ao mesmo tempo crítico quando o assunto é o famoso Vale do Silício, região dos EUA que abriga algumas das maiores empresas de tecnologia do universo como Google, Facebook e Apple.

Em seu livro 10 argumentos para você deletar agora suas redes sociais, Lanier escreveu um manifesto apontando porquê nós devemos abandonar essas plataformas:

  1. Você está perdendo o seu livre arbítrio.
  2. Largar as redes sociais é a maneira mais certeira de resistir à insanidade dos nossos tempos.
  3. As redes sociais estão tornando você uma pessoa babaca.
  4. As redes sociais minam a verdade.
  5. As redes sociais transformam o que você diz em algo sem sentido.
  6. As redes sociais destroem a sua capacidade de empatia.
  7. As redes sociais deixam você infeliz.
  8. As redes sociais não querem que você tenha dignidade econômica.
  9. As redes sociais tornam a política impossível.
  10. As redes sociais odeiam a sua alma.

E então, você concorda com Jaron Lanier? Você deletaria seu perfil para não ser vigiado e para não fazer parte de redes sociais que contribuem para a disseminação do ódio? Ou você acredita que nada disso aconteça?

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